Por Dr. Paulo E. da Costa Saraiva
Se você foi diagnosticado com pressão alta, sabe que precisa tomar mais cuidado com o seu estilo de vida, certo? Quem não possui hipertensão também precisa dar importância a ter hábitos saudáveis para não desenvolvê-la. Má alimentação, falta de atividade física e níveis altos de estresse contribuem para o surgimento do problema. Porém, a pressão alta é uma doença multifatorial, ou seja, não há uma causa definida, por isso, até o histórico genético da família pode ser um fator de risco. A orientação é de, então, manter o check-up médico em dia para evitar surpresas.
E os motivos para ficar de olho podem ser explicados pela ciência. No organismo, a pressão alta funciona assim: O sistema circulatório tem o coração como um bombeador de sangue. As artérias e as veias são os canos que levam o sangue para o restante do corpo. Quando uma pessoa possui hipertensão, seu coração acaba sendo forçado porque quanto maior a pressão do bombeamento, mais força o músculo cardíaco terá de fazer para mandar o sangue para frente. Isso acarreta em alterações no coração que prejudicam a saúde.
Alimentos com muito sal, por exemplo, prejudicam as artérias. Eles aumentam o volume do sangue que passa por ali porque o cloreto de sódio retém moléculas de água. Da mesma forma, o consumo do cigarro obstrui as artérias e aumenta a quantidade de açúcar e gordura no sangue. Tudo isso aumenta a pressão arterial.
Pressão alta, sintomas silenciosos
Na maioria das vezes, a doença é assintomática. Um exemplo desse quadro: O médico faz a aferição da sua pressão e ela é considerada alta. Aí você realiza todos os exames indicados como o ecocardiograma, ultrassom de carótidas e até o exame de sangue. Os resultados dão todos normais, mas em uma nova aferição, você continua com a pressão alta. Nesse caso, é preciso manter uma rotina de exames, como preconiza a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Se a pressão sobe de 12 por 8 para 13 por 8, 14 por 8, aos poucos, o organismo vai se adaptando porque a mudança não é brusca. Aí, é só controlar. Em outro contexto, se em uma primeira aferição, os números da pressão são de 14 por 9, o que é considerado o início da hipertensão, é recomendado que daqui a 2 meses, o paciente repita a medição para entender qual é a normalidade do seu organismo. Se você chega a primeira vez no cardiologista ou clínico geral com um nível de 16 por 9, a recomendação é retornar em um mês para controlar mais de perto. Agora, se a primeira medição apontar, por exemplo, 18 por 10, é preciso entrar imediatamente com medicação e fazer nova medição em uma semana para avaliar.
No entanto, o que irá determinar a gravidade da situação são os sintomas alarde. Quando os números estão altos, mas não há sintomatologia, o quadro é de urgência hipertensiva. Agora, quando há um pico muito alto e sintomas como tontura, escotoma, vertigem e dor na nuca, é sinal de que está havendo lesão em órgãos-alvo como cérebro, olho, rim. Isso configura emergência hipertensiva e aí há gravidade.
As maneiras de prevenir e tratar o problema são acessíveis. A prevenção resume-se ao que já é de conhecimento da população: mudar o estilo de vida. Evitar alimentação com sal e com muita gordura, além de fazer atividade física regularmente fazem parte das regras básicas. Feito isso, reavaliamos. Se o paciente continua com valores elevados, entramos com a medicação.
Fique de olho nos níveis de pressão e cuide da sua saúde!
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